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quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Projeto pretende "qualificar" vereadores e prefeitos eleitos

Hoje, , o Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC), juntamente com instituições parceiras, lançará o Projeto Qualifica – Mandato de Excelência, no Plenário da ALESC, às 15h. Durante o evento, ocorrerá a assinatura do termo de convênio pelo presidente do TRE-SC, desembargador Cesar Ruiz Abreu, e pelos demais representantes das instituições. 

O Projeto Qualifica está sendo desenvolvido em parceria com a Ordem de Advogados do Brasil, o Governo do Estado, a Escola do Legislativo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o Ministério Público de Santa Catarina, o Tribunal de Contas do Estado, a Universidade do Estado de Santa Catarina, a Universidade Corporativa do Banco do Brasil, a União dos Vereadores de Santa Catarina, a Federação Catarinense de Municípios e a Escola Nacional de Administração.

O Projeto Qualifica é a segunda fase do Programa de Qualificação de Candidatos e Eleitos, que constitui uma série de ações desenvolvidas no período pós-eleitoral, com o intuito de promover ações de qualificação dos agentes públicos eleitos a partir do último pleito. Além disso, o projeto visa aprimorar a gestão municipal, prevenir as irregularidades e desenvolver uma visão ampla e integrada da administração, favorecendo a reflexão e o debate sobre ética pública, transparência, eficiência e responsabilidade dos gestores e legisladores municipais.

A primeiro eixo do projeto consiste em qualificar os agentes políticos, por meio de cursos, palestras e seminários sobre gestão pública. Já o eixo Boas Práticas objetiva identificar bons referenciais, a serem disseminados e compartilhados pelas prefeituras e câmara dos vereadores. O último eixo denominado Excelência na Gestão Pública pretende implantar ações focadas na melhoria da qualidade da gestão municipal e dos serviços públicos, visando o desenvolvimento e a consolidação de modelo de referência em gestão pública de excelência.

A elaboração do projeto está sob a coordenação do diretor-geral do TRE-SC, Sérgio Manoel Martins, com o apoio da Escola Judiciária Eleitoral de Santa Catarina (EJESC). A execução do projeto será coordenada por Grupo Gestor composto por um representante de cada instituição parceira.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Banco do Brasil anuncia reorganização

Banco vai redimensionar sua estrutura e oferecer plano de incentivo à aposentadoria para público potencial de até 18 mil pessoas.

O Banco do Brasil anunciou neste domingo, 20, conjunto de medidas para ampliar o investimento no atendimento digital e aumentar a eficiência operacional. O BB vai rever e redimensionar a estrutura da organização em todos os níveis: estratégico (direção geral), tático (superintendências nos estados), de apoio (órgãos regionais) e de negócios (agências).

A rede de atendimento passará por mudanças para se adequar ao novo perfil e comportamento dos clientes, com otimização de estruturas e ampliação de serviços digitais. 

Apenas com a reorganização de suas unidades, o BB estima redução anual de R$ 750 milhões em despesas, valor que poderá aumentar significativamente a partir da adesão de funcionários ao Plano Extraordinário de Incentivo a Aposentadoria, que o Banco também anuncia hoje.

REVISÃO DA ESTRUTURA

As medidas preservam a presença do BB nos municípios em que já atua e vão resultar no encerramento de 31 superintendências regionais, 402 agências e na transformação de outras 379 em postos de atendimento bancário. Em outubro, o BB já havia iniciado o encerramento de outras 51 agências.

A estratégia de ampliação do atendimento por canais digitais prevê a abertura, ainda em 2017, de mais 255 unidades de atendimento digital, entre escritórios e agências digitais, que irão se somar às 245 já existentes. Essas unidades digitais já atendem a 1,3 milhão de clientes, com expectativa de chegar a 4 milhões até o final de 2017. 

Na comparação com o modelo tradicional, os clientes do atendimento digital mostram-se mais satisfeitos e consomem até 40% mais produtos e serviços bancários. O novo modelo também é mais eficiente. Um gerente de contas consegue gerenciar um número 35% maior de carteiras de clientes, se comparado ao atendimento nas agências físicas.

No BB, as transações bancárias realizadas em canais de atendimento físicos estão em forte redução. O aplicativo do Banco para celular já conta com 9,4 milhões de clientes que realizam cerca de 1 bilhão de transações bancárias por mês, ou 40% do total. Outros 27% são realizadas pela internet. A expectativa do BB é que o número de clientes que utilizam o aplicativo para celular chegue a15 milhões até dezembro do próximo ano.
Na semana passada, o Banco do Brasil lançou a sua conta totalmente digital, o BB Conta Fácil, com previsão de abertura de 1,8 milhão de contas em 2017.

Além da ampliação do atendimento digital, a revisão das agências do BB considerou também a localização de unidades próximas entre si, incluindo dependências originadas dos antigos bancos Besc e Nossa Caixa, que foram incorporados pelo BB.

O Banco do Brasil também irá promover ajustes em órgãos regionais de apoio aos negócios que terão atividades centralizadas nacionalmente ou em outros estados, com ganho de eficiência.

Na Direção Geral, o Banco do Brasil irá encerrar 3 unidades estratégicas, com as transferências de suas funções para outras diretorias do Banco. 

PLANO DE INCENTIVO À APOSENTADORIA 

A revisão da estrutura do BB levará à redução de 9.300 vagas no quadro de pessoal. Para a adequação, o BB lançará Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivada para público potencial de até18 mil pessoas que já reúnem condições para se aposentar, com adesão totalmente voluntária. 

Será concedido incentivo de desligamento correspondente ao valor de doze salários, além de indenização pelo tempo de serviço, que varia de 1 a 3 salários, a depender do tempo de Banco (entre 15 e 30 anos completos).

JORNADA DE SEIS HORAS

Outra medida refere-se à ampliação do público potencial para adesão à jornada opcional de trabalho de 6 horas diárias. A partir de hoje, cerca de 6 mil assessores da Direção Geral e superintendências também poderão aderir voluntariamente à nova jornada. 

A adesão resultará na redução de 16,25% do valor de referência da função, enquanto a jornada será reduzida em 25%. Se considerado o valor da hora trabalhada, haverá aumento de 12% para os funcionários que aderirem à nova jornada.

A jornada de seis horas já foi anteriormente oferecida a funcionários que ocupam cargos comissionados não gerenciais na rede de agências e em órgãos regionais, com 71% de adesão.

COMUNICAÇÃO AOS CLIENTES

O encerramento das agências e a implantação das demais medidas ocorrerá ao longo de 2017 e será precedido por ampla comunicação aos clientes em canais diversificados, como o hotsite www.bb.com.br/novoatendimento, SMS, aplicativo para celular, terminais de autoatendimento, além de correspondências e cartazes nas agências.

O Banco também divulgou telefones exclusivos para atendimento aos clientes sobre mudanças de agência: 0800 729 5282 para pessoas físicas e 0800 729 5281 para empresas. A Central funciona de segunda a sexta-feira, de 8h às 22h.

A mudança de agência é automática. Os clientes não precisam fazer qualquer procedimento adicional e podem manter seus cartões e senhas para transações na nova agência, mesmo que haja alteração no número da conta.

Além dos pontos físicos, o BB oferece a maioria das transações pelo aplicativo para celular e Internet - canais que mais crescem hoje na preferência dos clientes.

REVISÃO DE PROCESSOS

O BB também identificou frentes de atuação para simplificar seus processos. A revisão garante maior celeridade no atendimento e conta com a mudança de demandas administrativas das agências para órgãos internos e uso da tecnologia para automatizar soluções e garantir maior comodidade e conveniência aos clientes.

NOVAS PRÁTICAS DE GESTÃO DE DESPESAS

O Banco iniciará processo de renegociação de valores atualmente pagos para aluguel, manutenção das agências, segurança e transporte de valores. Apenas a revisão da estrutura administrativa anunciada hoje permitirá ao BB reduzir R$ 750 milhões em despesas por ano.

REORGANIZAÇÃO DO BB EM NÚMEROS

Rede de atendimento atual
5.430 agências
1.791 postos de atendimento. 
7.221 unidades de atendimento no total

Reorganização
402 agências serão encerradas
379 agências serão transformadas em postos de atendimento.
51 agências com encerramento já iniciado em outubro

Rede de atendimento após a reorganização
4.598 agências
2.170 postos de atendimento
6.768 unidades de atendimento no total

Outros canais de atendimento
8.557 correspondentes bancários na rede Mais BB
42.031 terminais de autoatendimento
19.456 terminais do Banco 24h

Funcionários
O BB possui 109.159 funcionários no País e 18.000 fazem parte do público potencial para adesão voluntária ao Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivada.


REORGANIZAÇÃO INSTITUCIONAL EM SANTA CATARINA

O Banco do Brasil oferece 463 unidades de atendimento em Santa Catarina, sendo 337 agências e 126 postos de atendimento. 

Os clientes do Banco do Brasil também contam com 871 correspondentes bancários, 2076 caixas eletrônicos BB e 359 terminais da rede Banco 24h no estado. 

Com a reorganização, 37 agências serão encerradas e 45 agências serão transformadas em postos de atendimento. O BB permanecerá com uma das maiores redes de atendimento do Estado, com 255 agências e 171 postos de atendimento.

Rede de atendimento atual
337 agências
126 postos de atendimento. 
463 unidades de atendimento no total

Reorganização
37 agências serão encerradas
45 agências serão transformadas em postos de atendimento.

Rede de atendimento após a reorganização
255 agências
171 postos de atendimento
426 unidades de atendimento no total

O BB possui 4836 funcionários em Santa Catarina e 640 fazem parte do público potencial do Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivada, que prevê adesão voluntária.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

O triunfo de Trump

A tal de mídia virou o saco de pancadas favorito de boa parte da própria mídia e de analistas de variadas tendências e competências depois da vitória de Donald Trump.Para não perder o costume, vou remar contra a maré: não vejo como culpar a mídia, pelo menos não pelos motivos que estão sendo esgrimidos.Há, sim, uma culpa: aceitar candidamente demais as pesquisas que davam a vitória a Hillary Clinton. Mas, mesmo nesse ponto, cabem três observações relevantes:

1 - A pesquisa sobre o voto popular acertou. Hillary ganhou a eleição popular.

2 - Jornais, de modo geral, não fazem pesquisas. Delegam-nas a institutos. No Brasil, a Folha, por exemplo, não faz pesquisa. O Datafolha as faz, mas, como é propriedade do Grupo Folha, quando erra, a Folha pode ser igualmente responsabilizada. Nos Estados Unidos, a responsabilidade dos jornais, repito, limita-se ao fato de ter aceitado candidamente as pesquisas, sem nem sequer prevenir que a grande maioria delas dava vantagem a um ou outro candidato dentro da margem de erro. A Folha não comete esse erro.

3 - Segundo Guga Chacra, o brilhante correspondente da GloboNews em Nova York, nos Estados que acabaram definindo a vitória de Trump no Colégio Eleitoral, ou não foram feitas pesquisas ou eram amadoras.

Não deveriam, portanto, merecer o crédito que lhes foi dado. Pesquisas à parte, é falsa a avaliação de que a mídia não captou o mal estar dos eleitores de Trump. Cansei de ler reportagens sobre os trabalhadores brancos sem educação superior que se consideravam perdedores da globalização e, por isso, votariam em Trump.

Até a Folha, que tem menos antenas nos EUA do que a mídia local, como é óbvio, fez mais de um registro a respeito, em textos excelentes das três meninas poderosas que tinha nos EUA (Anna Virginia Balloussier, Isabel Fleck e Patrícia Campos Mello) e do correspondente Marcelo Ninio.
Outra crítica comum mas equivocada: a mídia não levou Trump a sério e, com isso, contribuiu para fazer propaganda de um bufão.

Falso. A mídia "mainstream" não só retratou bem o candidato republicano como foi ouvida por seu público: pesquisas de boca-de-urna indicam que 60% dos eleitores norte-americanos chegaram às urnas com uma visão desfavorável dele; que 63% concluíram que ele carece de temperamento para ser presidente; e que 60% o consideram desqualificado para ser presidente.

É razoável supor que os restantes 40% pouco mais ou menos não lêem os grandes jornais. Preferem as redes sociais, território livre da mistificação e da desinformação. Que culpa tem a mídia se entre 15% e 20% dos que têm opinião desfavorável de Trump votaram nele mesmo assim?

A culpa, nesse caso, é de Hillary Clinton, sobre a qual pesavam desconfianças em porcentagens parecidas, embora menos elevadas, sempre de acordo com pesquisas boca-de-urna.
Por fim, a mídia não pode ser culpada por não endossar a agenda de Trump. Fazê-lo equivaleria a jogar no lixo posições que jornais como o "Washington Post" e o "New York Times" defendem historicamente.

A maioria dos americanos, aliás, tampouco a endossou. Ele ganhou pelo esdrúxulo modelo de Colégio Eleitoral. É um presidente legítimo, mas é uma agenda levemente minoritária, insisto.


Por CLOVIS ROSSI, da FOLHA DE S. PAULO