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sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Paulinho Uhlmann cumpre última etapa da pena



Na tarde desta quinta-feira, (02/10), o ex-vereador Paulinho Ignácio Uhlmann concluiu às 720 horas de trabalho comunitário imposto por uma decisão da Justiça de SC. Ele foi julgado e teve seus direitos políticos suspensos, por se envolver num acidente de trânsito em 2005. No acidente, o automóvel Golf dirigido por Uhlmann saiu da pista e colidiu em uma árvore na margem da rodovia BR 470. No acidente, morreu o vereador Francisco José Ferreira Pinto Filho (Kiko), então com 44 anos, que estava de carona.  Os dois amigos estavam em um evento em Blumenau e o acidente ocorreu na volta.

A condenação veio em junho de 2011, quando Paulinho exercia seu segundo mandato de vereador. Uhlmann precisou deixar a função depois que o Presidente da Câmara na época, Volnei Sandri (DEM) declarou vaga a cadeira de vereador, que foi ocupada posteriormente por Joel Macoppi. Paulinho saiu da política no auge da sua atuação parlamentar, liderava o processo de oposição na Câmara e era apontado como candidato à Prefeito de Taió.

A morte do ex-prefeito Zeca Goetten de Lima, a prisão do ex-deputado Nelson Goetten e o afastamento de Paulinho da vida pública, enfraqueceu o grupo político do Partido da República do município. Na vida profissional, saiu da empresa da família e iniciou um novo empreendimento que foi abalado pela crise financeira. Mas como diz aquele ditado, “depois da tempestade vem a calmaria”, disse o empresário.

“Agora tudo está se engrenando, termino minhas obrigações com a justiça, a minha empresa está consolidada no mercado e já penso em voltar para a política”. Confira os trechos da entrevista:

O ACIDENTE
“Apesar de eu entender que o acidente não foi proposital, me sinto com o dever de missão cumprida, uma etapa que conseguimos vencer. Acidentei-me em uma rodovia, onde morre centenas de pessoas por ano, bati numa árvore ao lado da rodovia. Reivindiquei, lutei para a retirada dessas árvores que são um obstáculo para os motoristas e contribui para os índices de mortes no trânsito. Trocaria tudo na minha vida se pudesse ter meu amigo Kiko de volta. Fui muito doloroso pra mim, sofri e sofro até hoje”. 

A EXPERIÊNCIA

Foi um aprendizado para minha vida, tanto no próprio Cacique quanto na Apae, onde tive a oportunidade de conhecer, pude deixar um pouco no meu trabalho e de conhecimento, deixei algumas obras físicas. Além disso, eu levo comigo um aprendizado para o resto da vida.

Foi muito importante conviver com a Apae, o dia a dia com aquelas crianças, passei a valorizar mas a vida. Muitas vezes a gente julga ter problemas e quando a gente chega lá encontra pessoas que teriam muitos motivos pra reclamar, mas nunca vi nenhum deles reclamando. Pelo contrário, estão sempre sorrindo, sempre prestativos e contentes com tudo que ganham.

Qualquer visita, qualquer abraço é um grande presente para vida deles.  Então, me fez valorizar ainda mais a vida e me vez entender que tudo na vida tem um por que. Acredito muito em Deus e acredito que foi mais uma etapa necessária pra minha vida e certamente me ensinou muito.
A SAÍDA DA POLÍTICA

Eu sempre comparei a minha situação com um jogador de futebol que sofre uma lesão. O que ele fazia no dia a dia dela era jogar futebol, quando ele tem uma lesão grave ele fica afastado dos gramados, por seis meses por um ano.
O primeiro sentimento é de tristeza, até de depressão, porque se quebrou uma etapa, porque a gente vinha num crescimento, sonhávamos, tínhamos projetos, pensávamos num futuro politico porque a gente vinha construindo isso dentro de dois mandatos de vereador e veio essa condenação inesperada e que interrompeu esse projeto momentaneamente.
O APRENDIZADO
Analisando aquele momento foi muito dolorido, hoje, olhando para traz eu percebo que foi bom. Eu amadureci, eu cresci, aprendi e também consegui ser mais ponderado. A gente percebe na vida, que por mais que você tenha alguns objetivos, em algum momento pode acontecer uma casualidade.  Então você sempre precisa estar preparado, porque as vezes o caminho está traçado mas tem um desvio, vai ter uma ponte, então a gente precisa estar preparado para o improviso.
A VOLTA PARA A POLÍTICA

A grande lembrança minha, a marca nesse período é de que por pior que seja a notícia, por pior que seja o acontecimento na nossa vida. A gente deve parar e refletir, sempre com sinceridade, com o coração puro e aberto, porque certamente ali na frente, a resposta vem e tu vai entender o porquê que as coisas aconteceram dessa maneira.

Analisando hoje, eu me vejo muito mais preparado pra continuar na política. Sinto-me muito mais maduro, inclusive preparado para uma notícia ruim que pode acontecer por qualquer outro motivo.  Hoje sei como reagir de uma maneira diferente. No primeiro momento foi difícil, tive vários problemas pra aceitar isso. Mas hoje tenho isso como um aprendizado, como algo de bom que aconteceu e que me fez ainda melhor do que eu era.

A SAÍDA DA LORENZETTI
Foram três fatos repentinos na minha vida, foi a morte do Zeca (Ex-prefeito José Goeten de Lima), o fato com o ex-deputado Nelson Goetten e a minha saída da Lorenzetti Química, a empresa onde eu nasci me criei e que amo até hoje. Mas por alguns motivos eu vi que poderia buscar um sonho maior eu tinha conhecido a China em 2009 e percebia que o Brasil pelo custo Brasil e pelas oportunidades que o mercado internacional estava oferecendo nós poderíamos construir grandes parcerias.

A NOVA EMPRESA
Então criei a minha independência que era um sonho. Preparei-me para iniciar meu próprio negócio fiz um planejamento, inicialmente sempre espera um retorno mais rápido, nós esperávamos que tivessem o retorno financeiro a partir dos primeiros doze meses. Isso não aconteceu, passamos também por um momento bem difícil, inclusive financeiro.
Passamos por várias dificuldades, novamente foi outro aprendizado, isso fez com que eu me tornasse uma pessoa mais talentosa na área comercial, mas nunca fui um bom administrador, até porque nunca vivi com dificuldade. Percebi que a gente tem que economizar, poupar, então foi um período também de aprendizado e que também me trouxe uma experiência nova.


O RECONHECIMENTO

Hoje a Factoall comemora os resultados, agora em 11 de outubro estamos embarcando com nosso maior grupo de clientes que levamos até hoje para a China, são 36 empresários. Como agência de turismo, vamos à sexta edição da Canton Fair, a maior feira de negócios do mundo.  Inclusive a agência foi criada pela dificuldade, porque não tínhamos dinheiro para viajar e precisávamos ir à China. Resolvemos vender algumas viagens para conseguir tirar a nossa despesa e isso virou um negócio.

Hoje a nossa empresa é referência no Sul do Brasil porque não fizemos só um assessoramento de importação, levamos o cliente, cuidamos do cliente na China e depois os assessoramos para trazer as mercadorias adquiridas lá, para o Brasil. Já dobramos o faturamento do ano passado, no primeiro semestre. Até no fim do ano devemos dobrar novamente e devemos equilibrar a nossa situação financeira.  Acredito que até o final do ano que vem, pelo grupo que a gente está levando nessa edição a gente deve dobrar novamente.

Estamos animados porque temos o reconhecimento, do nosso trabalho, é a prova de que a gente precisa persistir no sonho, são mais de 200 empresários que conseguimos levar à China para fazer negócios. E pela avaliação dos nossos clientes, prestamos um serviço de excelência, tanto lá fora, no atendimento das viagens quanto na intermediação dos negócios entre empresários chineses e brasileiros.


    
Entenda o caso da condenação:

O vereador Paulo Ignácio Uhlmann foi condenado pelo acidente que resultou na morte de Francisco José Ferreira Pinto Filho, o Kiko, ocorrido em 18 de outubro de 2005. Na época, os dois eram vereadores do antigo PFL.
O acidente aconteceu em Pouso Redondo. O automóvel Golf, conduzido por Paulinho, saiu da pista e bateu em uma árvore na margem da rodovia. Ele foi levado para o Hospital Regional. Francisco morreu no local.
O vereador Paulinho teve os direitos políticos suspensos por dois anos e meio. A decisão da Justiça Eleitoral de Santa Catarina foi anunciada no dia 22 de junho de 2011.
A suspensão dos direitos políticos dele não significa, portanto, a perda do mandato. De acordo com a Lei Orgânica do Município de Taió, o vereador que for condenado em processo trânsitado em julgado perderá o cargo. 

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