Vitória apertada em José Boiteux

O novo prefeito de José Boiteux, Alcino Pereira (PPS) na segunda-feira já saiu cedo para percorrer a cidade. Ele sabe que o desafio é grande, já que o seu mandato a frente do município termina no final de 2012. Ele disse que não foi uma vitória fácil, por ser de oposicionista e contra a estrutura pública sempre é mais difícil. O novo prefeito falou a reportagem da Folha que a vitória foi um reconhecimento pelo trabalho prestado como professor no município. Alcino também foi diretor de escola por vários anos além de assumir a secretaria de educação. Ele também foi fundador da APAE no município e representante por 10 anos da entidade no Alto Vale do Itajaí. Foi também vereador no período de 1996 a 2000.

Sobre o pouco tempo que tem para administrar o município, Alcino quer garantir que o próximo administrador possa assumir um município com projetos em andamento, e que a cidade tenha credibilidade. “Meu objetivo é prestar um serviço de qualidade, não deixar a população a deriva”, relacionando que os últimos acontecimentos políticos no município. “Temos que traçar objetivos concretos, mas vamos buscar alternativas viáveis, ouvindo as pessoas”. Ele também disse que foi fundamental o apoio dos deputados federais, Peninha (PMDB) e Carmem Zanotto (PPS) além dos deputados estaduais e Altair Guidi (PPS) e Aldo Schneider (PMDB). Ele disse ter apoio para poder fazer um projeto para o município e conta com a compreensão e apoio da população.

O professor ainda não definiu nenhum nome para compro a nova administração, mas sabe que dentro dos quadros de servidores tem pessoas competentes, “entendo que muitos que trabalham na prefeitura, pediram votos para meu adversário, por isso quero ouvir cada um, as pessoas tem idéias divergentes, mas o objetivo tem que ser o bem do município.” O novo prefeito também espera uma postura coerente da Câmara de Vereadores, para que as metas do “bem social” sejam alcançadas em conjunto.

Alcino Pereira tinha como vice na chapa, Emerson Genézio Dell Agnollo (PMDB), com a coligação "Trabalho, Compromisso com o Povo Boitense",que reuniu três partidos, PMDB, PT e PPS. Eles obtiveram 1.585 votos, o que representa 50,54% do total de votos válidos. Os concorrentes Jonas Pudewell (DEM) e Josélio da Silva (PSDB), da coligação "José Boiteux em 1º lugar" (DEM, PSDB e PP), receberam 1.551 votos (49,46% do total válido). Houve ainda 52 votos em branco e 77 nulos.

Dos 3.763 eleitores aptos a votar, 487 não compareceram às urnas, o que corresponde a um índice de abstenção de 12,98%. A diplomação dos candidatos eleitos deverá ser feita pela Justiça Eleitoral até 17 de abril, enquanto a data da posse será definida por decreto legislativo da Câmara Municipal de José Boiteux. Antes da diplomação, os comitês financeiros das duas chapas precisarão encaminhar as contas de campanha à Justiça Eleitoral até esta terça, 05. A publicação do julgamento das prestações dos eleitos terá que ocorrer até dia 14.



Eleição foi tranqüila

Um esquema de segurança, que contou com apoio da Policia Federal trouxe tranqüilidade nas eleições que aconteceram entre as 8h e as 17h de domingo. Não ouve registro de ocorrências. Nenhuma das 12 urnas utilizadas precisou ser trocada e nenhum dos 48 mesários convocados pela Justiça Eleitoral faltou. O juiz da 14ª ZE, Rodrigo Tavares Martins, disse que a eleição não sujou as ruas do município porque as duas coligações concordaram em não distribuir panfletos. A única exceção foi verificada por volta das 7h deste domingo no portal de José Boiteux, onde foram encontrados 15 panfletos de uma das chapas no chão. Assim que foi avisado sobre o fato, o magistrado conversou com os responsáveis da coligação e determinou o recolhimento dos panfletos, o que foi rapidamente cumprido. O resultado oficial saiu as 18h45 minutos, a festa da vitória aconteceu na rua em frente a prefeitura da cidade.


Entenda a eleição

Em 16 de setembro de 2009, o juiz Jeferson Isidoro Mafra, da 14ª Zona Eleitoral, cassou os diplomas do prefeito reeleito de José Boiteux, José Luiz Lopes (PSDB), e do seu vice, Adair Antônio Stollmeier (PP), deixando-os também inelegíveis por três anos e aplicando-lhes multa individual no valor de R$ 10.000,00, em virtude de compra de votos e prática de abuso do poder econômico durante a campanha eleitoral de 2008.

O magistrado decretou ainda a nulidade dos 1.837 votos recebidos pela chapa, correspondentes a 54,14% do total válido, com a consequente realização de nova eleição no município. Essa sentença foi confirmada pelo Pleno do TRESC, por maioria de votos, em 16 de julho de 2010.

No entanto, o TRESC deu cumprimento a essa sentença somente em 18 de outubro de 2010, determinando ao juiz da 14ª ZE que promovesse os atos necessários para afastar o prefeito e o vice dos cargos. Até então, os mandatários se mantiveram à frente da prefeitura em decorrência do ajuizamento de diversos recursos, com efeitos suspensivos da decisão de 1ª instância.

Em 18 de novembro de 2010, o TSE, por unanimidade, desproveu o agravo regimental interposto por Lopes e Stollmeier e confirmou a sentença. Na sessão plenária de 25 de janeiro de 2011, o Pleno do TRESC expediu a Resolução nº 7.815/2011, estabelecendo as instruções para realizar as novas eleições, e aprovou o respectivo calendário eleitoral.