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terça-feira, 29 de março de 2011

O menor espetáculo da terra


As pessoas que passavam pelo centro de Rio do Sul na manhã de sábado, puderam assistir de graça duas peças teatrais. Foram várias apresentações durante a manhã, o projeto é encabeçado pela Companhia Mutua de Teatro, da cidade de Itajaí. As apresentações também fazem parte do Circuito do Sesc que já levou o espetáculo para 22 cidades do estado. Desde 2001, o grupo apresenta o “Teatro Lambe-Lambe”, considerada a mais nova grande invenção do teatro de animação do mundo. O teatro é uma caixa cênica em miniatura, independente e itinerante, adaptação das máquinas fotográficas chamadas “lambe-lambe” que povoaram as praças brasileiras no início do século XX. Esta técnica foi criada na década de 80 pelas brasileiras Ismine Lima e Denise di Santos.

PRIMEIRO ATO

Qual foi a última vez que você escreveu uma carta? Ou um bilhete a alguém? A peça Missiva tenta resgatar a história das mensagens em garrafas jogadas ao mar e que navegam sem destino a procura de alguém que as decifre. O espetáculo acontece dentro de uma garrafa e o público é convidado a espiar pelo gargalo. Toda a decoração foi concebida a partir das cartas, bilhetes e recados recebidos pela autora da peça, Mônica Longo.


“Eu sou do tempo de escrever cartas”, conta Mônica que também é responsável pela criação, roteiro, animação e estética da peça que dura cerca de dois minutos. Vestida de viajante, ela explica o objetivo desse tipo de teatro e pergunta qual foi a última vez que o expectador escreveu uma carta ou um bilhete a alguém. Depois de ver a peça, a surpresa maior, o expectador precisa retira um bilhetinho enrolado, com uma frese ou um recado qualquer. “Agora eu quero que você escreva um bilhete, que será repassado para outra pessoa”, explica a atriz. Assim como o destino das garrafas jogadas ao mar, não se sabe quem irá receber os recados, “instigamos a imaginação”, conta.

SEGUNDO ATO

A peça Miragem é uma reflexão sobre as diversas “sede” que o ser humano sente nos desertos da vida. Baseados nas histórias de autor de Pequeno Príncipe, Saint-Exupéry. “E você, tem sede de quê?”, pergunta o ator Guilherme Peixoto, responsável pela peça. Vestido de desbravador inglês, Peixoto estimula a curiosidade, a peça em miniatura só pode ser vista de binóculos. “Vamos entrar para o Guinnes Book, por ser a única peça teatral do mundo onde o tetro está sempre lotado”. Brinca o ator, que também é responsável pela criação e animação.

A contagem do tempo da peça é feita por uma ampulheta, que e dura dois minutos. A cena se passa num deserto, onde o viajante, cansado e com muita sede bebe um liquido de uma garrafa, que ele nem imagina o que é. Depois de beber, ele cai, ao lado de vários cadáveres, que estavam escondidos na areia do deserto. “Muitas pessoas não sabem responder o que é uma miragem, e pergunto que miragem você queria ver agora”. Ele faz as pessoas refletirem a sua própria vida, que muitas vezes não pensamos antes de tomar uma decisão importante.

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